segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Confiar (TRUST)

O Filme conta com a participação de Clive Owen (Closer, Os Garotos Estão de Volta) e

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sessão de Quinta - Sherlock Holmes


São 02:47 da manhã. Sei que estou atrasada na minha coluna de quinta. Mas, sem desculpas, vou direto ao ponto.

O veneno já estava na ponta da minha caneta... quer dizer, dos dedos... escorrendo pelo teclado... enfim!!!!! Mas é com muito prazer que vou admitir: fui surpreendida! É, você já esta de saco cheio do meu enrolation e quer saber do que diabos estou falando, NE? Até que o diabo tem a ver... ta, ta, to falando do filme Sherlock Holmes! É elementar meu caro Watson que as linhas que seguirão serão sobre o detetive mais falado do mundo. E olha que ele é inglês...

Não conhece o Sherlock? Nossa, a intima! Ele é o mais famoso detetive das histórias em quadrinhos ou da literatura. Foi criado pelo médico (isso explica muita coisa) e escritor britanico Sir Arthur Conan Doyle. Holmes é um investigador egocêntrico e inteligentíssimo do final do século XIX. Eu conheci o Sr Sherlock e seu elementar caro Watson na forma de livro. Um estudo em vermelho – A Study in Scarlet de 1887. O que garante o famosismo? Você curte CSI? Então, ele inaugurou esse estilo investigativo com detalhes médicos e dedutivos.

Direto da literatura para a adaptação cinematográfica, o filme é belo. Não somente pela fotografia, em ambiente “sombrio” e misterioso. Ou porque a bela Londres é retratada não como palco das mais variadas invenções, mas é pega em pleno desenvolvimento industrial, inclusive quando a famosa “ponte” está sendo construída. É, aquele que em X-men 3 o Magneto suspende... enfim. O filme é belo porque prende o telespectador em uma sintonia de perfeito desenvolvimento de casos. Você se sente intrigado a desvendar, a chutar, a dar uma de detetive. Ou quem sabe de ajudante. Mas esses papeis ficam com Downey Jr e Jude Law. E diga-se de passagem... que Sherlock bem interpretado! Com pitadas de loucura e vaidade, fica clara a relação de dependência dele para com seu assistente fiel Watson, que está noivo e prestes a cair fora da vida de Sherlock, junto com seu cachorro – o testômetro do detetive – o que leva nosso protagonista a inúmeras manobras para impedi-lo.

O filme começa “In Media Res” (desculpa, aula de Clássicos!), ou seja, o telespectador é jogado no meio da trama. Holmes e Watson, os “ajudantes” da Scotiland Yard são acionados para investigar um caso que deve ser encoberto pois está causando o “medo” á população. Fica claro que o inimigo mais combatido no filme é o medo – a arma mais poderosa de dominação.

Ao desenrolar da trama e ao apresentar de Blackwood – o vilão que divide a cena com a bela Rachel MacAdams, a ladra Irene Adler – única capaz de enganar o astuto detetive, foi o motivo para a minha pré-decepção. Envolvendo magia negra e poderes das trevas, tudo indica que o filme tratará com misticismo a guerra do bem x mal. Holmes, ateu, como todo bom cientista, se recusa a acreditar nas artimanhas que envolvem a 4ª Ordem (um tipo de crença e religião secreta, baseada em rituais). Mantendo sempre sua criticidade, Holmes segue instintivamente os podres dessa relação que ultrapassa homens ressucitados, rituais satânicos e destruição do Parlamento inglês para a dominação do mundo.


Minha vontade de desvendar o final que surpreende e é repleto de artimanhas é grande. Porém, deixá-los-ei desfrutar da mesma agonia e curiosidade que eu. INDICO! Pelas cenas, palpáveis e explicadas, de boa desenvoltura na luta dos nossos principais artistas, moradores da Rua Baker, numero 221B, pela ironia, pela aventura, pelo mistério e pelo diálogo altamente interessante. A trama não é confusa, apesar de envolver diversas pessoas e instituições. Palmas para Downey Jr, ator do qual me tornei fã depois de sua performance de Charles Chaplin. E se a idéia era passar que Watson é apagado por Holmes, Jude Law cumpriu seu papel com perfeição.

Nota: 09!


Por Débora

Ficha Técnica:

Direção: Guy Ritchie

Produção: Steve Clark-Hall

Susan Downey

Dan Lin

Joel Silver

Lionel Wigram

Fotografia: Philippe Roussel

Roteiro:

Lionel Wigram, Arthur Conan Doyle, Mike Johnson, Simon Kinberg, Anthony Peckham, Guy Ritchie

Distribuição:

Warner Bros.

segunda-feira, 29 de março de 2010

A Guerra do Fogo

Começo aqui uma caminhada ousada. Pretendo analisar 40 filmes, um por semana, até o fim do ano. Todos os filmes fazem parte da filmgrafia do livro Economia Política - uma introdução crítica, de José Paulo Netto e Marcelo Braz. A idéia será relacionar os filmes com a temática da Economia Polítca. Faço uma ressalva, eu não tenho todos os filmes, então, talvez não consguirei atingir minha meta, mas não custa nada tentar.




O fantástico filme de Jean-Jaques Annaud, A Guerra do Fogo, produzido em 1981 em uma parceria entre Alemanha e Canadá, é uma demonstração de como uma história pode ser contada sem uma única palavra. Annaud narra a trajetória de uma tribo de hominídeos e sua dependência à natureza (no filme essa dependência restringe-se especificamente ao fogo). Na película, três membros de uma tribo que se separam do restante do grupo para encontrar o elemento do qual dependem.


No percurso, nossos heróis se deparam com animais maiores e que tentam devorá-los, além de outras tribos, com hominídeos de diversas formas e desenvolvimentos. Entre essas tribos, uma acaba capturando um dos hominídeos e mais tarde, os outros dois. Percebe-se nessa nova tribo um avanço cultural (com algo que parecem ser cerimônias religiosas, ou alguma coisa do tipo) e tecnológico (com o domínio de técnicas de manipulação do fogo), gerando a produção de excedente.


No fim, os prisioneiros escapam e voltam à sua tribo para ensinar aos companheiros, a técnica de manipulação do fogo, demonstrando mais um salto ontológico na evolução humana. A beleza do filme é inquestionável, desde cenas de luta entre tribos distintas pela disputa do fogo, passando por outras onde os personagens são afugentados, por uma espécie de onça, e ficam em cima de árvores e são obrigados a comer folhas, sem falar na luta desesperada para manter o fogo aceso, já que eles não dominavam a técnica.

Deste filme podemos retirar dois exemplos importantes que envolvem a Economia Política: primeiro que os homens estão fazendo história, independentemente da percepção destes sobre tal fato, ou seja, quando os hominídeos estão manipulando o fogo, produzindo algum tipo de arco e flecha, eles estão redimensionando a relação entre homem e natureza, a partir daquele momento, aqueles seres utilizarão a natureza para produzir seus meios de subsistência, alterando completamente a relação de dependência homem-natureza.


Outro ponto do filme que dialoga com a discussão em torno da Economia Política é a produção do excedente. tantos hominídeos, que ainda não conseguiam produzir excedente, como também tinham uma cultura mais complexa, possuíam um tipo de aldeia, ou seja, estão mais humanizados.

Provavelmente a cena que melhor exemplifique esse humano seja quando dois desses hominídeos fazem sexo e percebe-se uma quebra em relação ao, digamos, “animalismo” existente nas cenas anteriores de sexo. Nesta cena em questão, percebe-se o carinho trocado, a diminuição instintivo e a elevação do afetivo.


Este período da história da humanidade é o que denominamos comunismo primitivo: “os abrigos eram extremamente toscos, a alimentação era obtida através da coleta de vegetais e da caça eventual e imperava o nomadismo. Com a produção de instrumentos menos grosseiros que machados de pedra e, depois, cada vez mais aperfeiçoado (o arco e a flecha, redes de pesca, canoas), assim como os primeiros rudimentos de agricultura, aqueles grupos foram, pouco a pouco, amenizando a condição de penúria geral em que decorria a sua existência” (2007, pág. 56).


Neste momento, a humanidade vive o que alguns teóricos chamaram de comunismo primitivo, mas não nos deixemos enganar, o que existia naquele momento era o que podemos chamar de igualdade por baixo, ou seja, o produzido era logo consumido, sendo assim, o que se via era a divisão da pobreza, exemplo que o filme Guerra do fogo traz, mostrando mulheres e homens morrendo de frio e fome.


Depois de mais de 30 mil anos de existência, aproximadamente, a comunidade primitiva começa a entrar em extinção graças, principalmente, a dois fatores: a domesticação de animais e o surgimento da agricultura.


“As comunidades que avançavam nesta direção logo se distinguiram das outras, dedicando-se ao pastorio e ao cultivo de terras, com o que deixaram o nomadismo e passaram a vincular-se a um território (ou seja, tornaram-se sedentárias” (2007, pág.56).


Exatamente o que aconteceu com a tribo que,no filme, dominou o fogo: com sua aldeia e sua diferenciação, inclusive na estrutura do corpo, algo mais próximo ao corpo dos homens dos dias de hoje, já sem tantos pelos e com a face também mais próxima da nossa.


Com o aperfeiçoamento de instrumentos e controle de algumas forças naturais como o fogo, essas comunidades obtiveram significativas transformações. Entre essas transformações, a principal seria, do ponto de vista da Economia Política, a produção do excedente econômico, “na definição mais breve possível, é a diferença entre o que a sociedade produz e os custos dessa produção. O volume do excedente é um índice de produtividade e riqueza” (1974, pág. 19).


Com o surgimento do excedente econômico, as comunidades primitivas passam pelo que podemos chamar categoricamente de revolução. Não só a miséria começa a ser reduzida, como na primeira vez em sua história, o homem produz mais do que consome, ou seja, acumula os produtos do trabalho.

Bibliografia:

Netto, José Paulo ; Braz, Marcelo. Economia Política: uma introduçã crítica - 3.ed. - São Paulo: Cortez, 2007.

Baran, P.A.; Sweezy, P.M. Capitalismo monopolista. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Sessão de Quinta

Não, o filme que vou indicar não é de quinta categoria. O nome veio junto com a idéia de que as minhas colunas filmáticas viram às quintas-feiras à cada quinzena. Assim, meu amado terá o tempo dele de escrever também. (será um esforço e um compromisso, como o de Julie (de Julie e Julia, assistam!)


Minha primeira indicação de filme será um que chegou à minha realidade também por indicação de alguém. Uma amiga que havia lido meu texto sobre o dia da mulher, disse que eu gostaria do filme. E ela acertou.




Ficha técnica resumida:


Título original: Ágora(2009).
Realização:
Alejandro Amenábar
Argumento:
Alejandro Amenábar e Mateo Gil

Elenco: Rachel Weisz, Max Minghella, Oscar Isaac


Primeiramente, acho interessante sabermos o que significa e representa o título do filme. Quem vê pela capa ou pôster, acha que o nome da Rachel será Ágora. (tá, tá, confesso! Eu também achei.)

Ágora era o centro da dita “democracia grega” na antiguidade. Era uma praça que assistia a desfechos políticos, sociais, econômicos, era onde as decisões eram tomadas pelos cidadãos da polis. Era composta por prédios públicos e pequenas feiras e mercados, permitindo assim que a circulação “livre” e plena dos moradores

A história se passa em Alexandria, onde existe a maior Biblioteca do mundo, no Egito antigo em 391 d.c e circula sobre dois eixos principais: a filósofa ateia Hypatia (é, a Rachel) que traz um triangulo amoroso as mudanças e conquistas religiosas. A religião pagã coexistia com o judaísmo (escravos) e temos o cristianismo se expandindo e chegando aos quatro cantos (que não é em Olinda!). Alexandria é submissa ao Império Romano.

Neste contexto, surge Hypatia, filha de um poderoso representante do “governo”, que ao contrário do natural de seu gênero, se dedica à ciência e busca uma explicação para a rotação da terra, já que haviam descoberto que a terra gira em torno do sol e não o contrário. Angustiada com perguntas sem resposta sobre “porque ficamos parados se a terra gira” e “o que nos faz ficar de pé”, Hypatia não mede esforços ou escolhas para seguir aquilo que acredita que trará a diferença para a humanidade e a emancipação do homem: o conhecimento. Aqui sou obrigada a relatar a melhor cena do filme e assim introduzo o “triângulo amoroso”: Um de seus melhores alunos, Orestes é declaradamente apaixonado por sua tutora, já que Hypatia ensina filosofia. É concorrente de Davus, seu escravo, que secretamente também deseja a sua senhora. Orestes, em um teatro público, pára os festejos e se declara a Hypatia, pedindo que ela aceite como prova de amor, seu instrumento – o que viria a ser uma flauta, que ele aprendeu por conselhos dela mesma “Não me ame. Ame a música”! Hypatia aceita o presente, constrangida.

Seu escravo, Davus, naquele dia tem seu primeiro contato com o cristianismo. Através de um líder religioso, que lhe mostra o que é um milagre e o leva a um abrigo onde eles alimentam mendigos. Davus pede que ele o ensine a orar. E naquela noite, Davus ora. Pedindo ao deus que “Ela não seja de nenhum outro!”.

Na aula seguinte ao acontecimento constrangedor, Hypatia começa a aula relatando que gostaria de retribuir o presente de Orestes. E lhe entrega um pano branco enrolado. Orestes abre e vê... sangue. É, isso mesmo! “Sangue do meu ciclo”, diz Hypatia, e prossegue, dizendo: “Você diz que encontrou em mim harmonia. Procure outra coisa, pois não consigo ver harmonia nisto!”. Davus exulta e recolhe do chão o lenço que Orestes jogou no chão.

A aula é interrompida para uma reunião de emergência, em que os senhores avisam aos pagãos que os cristãos passaram dos limites e estavam reunidos em Ágora, esnobando suas estátuas. Uma das coisas interessantes é que os cristãos são caracterizados e diferenciados pelas suas vestes: todos vestem preto. OS pagãos, injuriados com sua intolerância armam para atacar os cristãos, cercando-os e matando todos a pauladas. Alguns se manifestam contra, como Hypatia, que ensina a cristãos também, salientando que não deixará de proteger seus alunos. Orestes, movido de raiva pela amada, lidera o levante. Qual não é a surpresa para os pagãos, quando os cristão surgem como formigueiro, fazendo com que estes recuem.

A batalha em nome de Deus, de ambos os lados, não começou nem terminará nessa batalha. Os cristãos conseguem através do Imperador, livre acesso a lugares que outrora eram proibidos, com a Biblioteca, ultimo refugio de vários pagãos, que tentaram salvar 1% de todo conhecimento produzido durante séculos. Como marca de bons cristãos, a primeira coisa que fazem: queimam tudo. (óh ceus! quantas coisas perdemos..)

A ordem é que as religiões se tolerem. A partir da abertura de livre escolha, o judaismo cresce e a disputa pelo poder se concentra nos representantes religiosos, em conjunto com o prefeito - Orestes. Anos se passam e Orestes e Hypatia continuam amigos. E mais do que amigos... ela é sua conselheira. Davus, a essa altura, fez sua escolha ao se tornar um dos cavaleiros da ordem dos cristãos, deixando assim Hypatia, que agora dedicava-se exclusivamente aos seus estudos científicos. Porém, antes de seguir sua vocação religiosa, Davus procura Hypatia, beija-a, pede que ela o mate. E ela o liberta.

Porém, a disputa pela centralidade das decisões e o poder de castrar e subjugar os outros povos cega os lideres religiosos. Um ataque surpresa dos judeus contra os pagãos, que armam uma emboscada e os matam a pedradas, dá inicio a uma guerra. E o prefeito tem que decidir de que lado estará. Um cristão convertido, porém com interesses politicos e medo dos pagãos, Orestes se aconselha com Hypatia, que nunca se calá perante as assembléias e deixa claro seu lado ateu. O que traz serios problemas ao prefeito. Unido a um antigo amigo agora sacerdote, ambos buscam Hypatia nas decisões, o que muito desagrada os religiosos, que em uma reunião aberta, julgam Hypatia como cobra e feiticeira, que rasteja pelos lugares publicos e fala, contrariando o que diz a escritura, além de servir de "guia" para um homem. O lider dos cristãos, Ammonius, lê a passagem biblica que condena às mulheres a reclusão de seus lares e pergunta ao prefeito, em meio a multidão, se ele é realmente cristão ou se converteu pelo cargo politico. ORestes afirma ser cristão e praticar sua religião. Ammonius então, leva até o prefeito a Bíblia e faz com que ele jure, de joelhos, perante a palavra de Deus que aceita e respeita tudo que diz na Biblia. Orestes se recusa e quando questionado por seu amigo, diz: "O que eu poderia fazer? Condenar Hypatia?".

Os dois armam planos para a derrubada de Ammonius, que muito se fortalece perante o povo e exige que o prefeito se livre, definitivamente, das influências malignas de Hypatia. Orestes pede que Hypatia se converta a religião cristã, para que ele possa protegê-la. E ela garante a ele que se não puder ser livre para lutar e defender a unica coisa que acredita - a ciência - não tem sentido existir. Orestes sente. Hypatia se retira do palácio, dispensando os guardas que eram responsáveis pela sua proteção.

Quem não deseja saber o desenrolar da trama, parem aqui! :) O que segue são detalhes do desenrolar final. Quem quer saber, selecione essa parte em branco.


Paralelamente, Davus recebe a ordem e a chamada para sequestrarem Hypatia, pois sendo ela a parte mais fragil do prefeito, seria mais fácil atingi-lo. Davus corre. Busca por Hypatia e no meio do caminho, econtra com os cavaleiros trazendo-a amarrada e espancada. Os cristão decidem matá-la de forma cruel. Tirando sua pele, para que sofra. Davus, encarna um personagem, e diz que eles não devem sujar as mãos. Os cristãos decidem então, apedrejá-la. Equanto vão buscar as pedras, Davus abraça Hypatia. E ela consente com os olhos, tranquilizando-se. Davus prende o folego de Hypatia, fazendo-a desmaiar ou até mesmo morrer, para que ela não sinta a dor das pedras. É uma cena INCRIVELMENTE forte e linda. É, sim! Lindissima.

Sigam até o final da página.

O filme é enquadrado no estilo épico. O filme, apesar de tentar abranger muitas questões - astronomia, religião, gênero, cidadania -, contempla requisitos basicos de beleza, como a fotografia impressionante, inclusive as que mostram a terra de longe. Além do figurino e o detalhe de ter sido gravado no próprio Egito. Sem falar nos atores, que por mim, atingiram as expectativas. Sem esquecer o detalhe principal: trazer a tona a discussão acerca de uma mulher, que entre tantas injustiças, preconceitos e machismo, mudou o modo de pensar de uma nação e levou sua escolha pela ciência e pelo conhecimento até as ultimas consequencias.

Encontrei uma professora amiga que vai realizar um evento sobre a intolerância religiosa, segundo ela, a causa primordial de todas as desavenças existentes. Quando mencionei o filme, ela disse que havia pensado justamente isso, já que o filme é fiel no relato das 3 maiores religiões, sem escolher um lado. Mostrando o lado sanguinário e sanguessuga de todas as instituições que julgam e condenam em nome do mesmo DEUS.


Indico!

Nota: 08.


por Débora Accioly Dionisio

domingo, 14 de março de 2010

The Take


"Ocupar, resistir, produzir"


Estas são as palavras de ordem que se proliferaram pela Argentina no período que levou Néstor Kirchner à presidência, nas ocupações de fábrica que Avi Lewis e Naomi Klein documentaram com maestria.

O documentário mostra um país na miséria, com crianças que antes comia lanches americanos e que agora catam lixo, um país, que como em diz o documenário, foi feito pobre.

Resgatando o período de Peron, com uma ascendente classe média, a época, a mais prospera da Amérial Latina, e com uma indústria "made in Argentina", o país caminhava para o primeiro mundo, assim como Canadá e Austrália.
Em um segundo momento, o filme lembra a tragédia do governo Menem e a entrega do país ao FMI com mais da metade da população indo parar abaixo da linha da pobreza.

Com a crise, os bancos internacionais retiraram 40 bilhões dos cofres argentinos e a população, agora pobre e desembregada, viu os ricos mandarem su dinheiro embora, enquanto o governo congelava os bancos, causando mais sofrimento e revolta.
Em pouco tempo, os "panelaços" feitos em frente a Casa Rosada (sede do governo argentino) e os gritos de "que se vayan todos" ganharam as ruas.

E depois de cinco presidentes depostos em três semanas, a Argentina deixou de pagar a maior dívida externa do mundo.

"Somente protestando muito podemos realizar"

É nesta conjuntura que se prolifera o Movimento Nacional de Fábricas Recuperadas (MNFR).

Um casal de trabalhadores é um exemplo do que se tornou o país naquele tempo. Em um determinado momento do documentário, a esposa fala que antes gstava com cremes, perfumes e que as filhas nem dvem mais lembrar o sabor de um Mc Donald's, "se pago dívidas as meninas ficam com fome, sendo assim, prefiro não pagar as dívidas e aí elas acabam se acumulando".

Voltando ao MNFR, os trabalhadores ganham o direito de autogestionar as fáricas, caso os "donos" tenham vendido algm equipamento. O exemplo de autogestão vitoriosa é a fábrica Zanon Cerâmicas, a "avó" do movimento, com mais de 300 trabalhadores, ganhando exatamente o mesmo salário, com decisões tomadas em assembléia, com todos tendo direito a voz e voto.
Só que agora, o burguês quer de volta a fábrica e os trabalhadores fazem vigília. O que eles usam como armas? Estilingue, conhecido no meu interior como peteca.

Até 2004, ano do documentário, eram cerca de 200 fábricas recuperadas.

"Nossos sonhos não cabem em suas urnas"

Em meio a eleição, com o retorno de Menem de um lado e Kirchner do outro, o movimento diz essas palavras.

O documentário mostra o ciclo vicioso da compra de votos, onde paga-se um sanduíche e uma coca e os votos estão garantidos.

Descobre-se em uma das fábricas ocupadas, a Forja, que ainda está tentando reabrir com a ajuda do MNFR, um eleitor de Menem. Para ele é necessário mudar, melhorar a situação em relação ao que se tem com "pessoas mendigando 150 pesos mensais". Uma clara contradição dentro do movimento que, óbvio, não é perfeito.

Sem conseguir reabrir, os trabalhadores da Forja, depois de recorrer a Justiça e ter como resposta um não da juíza, agora apelam para os políticos.
Uma cena mostra o dia das eleições. Nela, uma senhora peronista, mãe de uma das trabalhadoras empregadas pelo MNFR, paga propina para uma senhora votar em Kirchner. Sua filha não votará em ninguém.

Em outra passagem do dia das eleições, a tal filha citada agora a pouco lembra que os gritos de que "se vayan todos" não fncionou, já que todos os candidatos são exatamente aqueles que deveriam "ir".

O fim das eleições todos já sabem, já o das fábricas ocupadas, deixe que quem quiser assistir o documentário descubra.

*o filme está disponível em: http://docverdade.blogspot.com/2009/03/take-2004_7064.html

Homero Baco